terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Propaganda x Realidade

Tem um site gringo que eu adoro que denuncia uma porção de produtos que enganam o consumidor.

Pois bem, tratam-se de fotos que comparam o que a imagem da embalagem do produto oferece e o que o produto que está do lado de dentro da embalagem realmente é.

Em alguns casos a diferença é absurda, em outras nem tanto.

É no mínimo curioso.
Seguem algumas fotos e o link.






terça-feira, 25 de novembro de 2008

I hate my Curves

Aiiiiii a Curves...


o paraíso das mulheres. Uma academia onde você malha apenas 30 minutos por dia com a promessa de obter resultados excelentes em poucos meses. Além disso, você não precisa se misturar com aquele bando de trogloditas suados, cheios de músculos expostos, como nas academias tradicionais. E, também, pode usar aquela camiseta furada de vereador que você ganhou nas eleições de 1900 e bolinha, junto com aquela calça de moletom que você trouxe da Disney quando tinha 15 anos. Prazer e liberdade total!!!!


NÃAAAO.


Se não fosse o fato de que quando me matriculei me convenceram a fazer o plano ANUAL, onde as mensalidades sairiam mais baratas, e a deixar 12 cheques pré-datados, até fevereiro de 2009. Cancelei minha matrícula há uns 3 meses e adivinha se me devolveram os cheques que ainda não caíram???? Não.


Todo santo mês eu tenho que ligar na Curves para avisar que meu cheque caiu e que eles têm que me reembolsar. Mas o pior não é ter o trabalho de ligar, e sim ter que escutar toda vez a atendente feliz dizer:


É muito bom estar na Curves, em que posso ajudá-la”.


Isso me dá vontade de passar pelo fio do telefone e dar uma voadora na nuca do Ser Humano alegre. Eu não acho nada bom meus cheques estarem na Curves.


Obs: eles dizem que é culpa do banco. Vai saber!


quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Você sabe com quem está falando?

Aí, um dia você compra MEIA caixa de espumante argentino em promoção para o Natal e, pronto: seu nome entra no cadastro da importadora de vinhos.

Aí, outro dia você vai a uma loja chique para TROCAR uma peça de roupa infantil que um parente excêntrico deu de presente para a sua filha e, pronto: seu nome entra no cadastro da loja chique.

Aí, você pega seu décimo terceiro salário, paga uma fração das dívidas, junta a grana de um freelance que finalmente foi pago e compra, EM QUATRO VEZES, um anelzinho simples, fino, sem brilhantes, com o qual você sonha há meses. Pronto: seu nome vai parar no cadastro da joalheria.

Aí, você não só passa a receber malas diretas da importadora, oferecendo vinhos que custam milhares de reais a garrafa, como é informada, em primeira mão, da oportunidade única de adquirir relógios Cartier de edição limitada e de comprar na promoção da loja chique, parcelando seus mimos em até quatro vezes, para compras acima de seis mil reais, é bom que se entenda.

Você olha para aquilo tudo e ri. Quem eles pensam que você é?

Como se tudo isso não bastasse, aí o japinha maluco do departamento de análise de perfil de consumo do seu cartão de crédito cruza o trinômio mágico “importadora de vinhos”, “loja chique” e “joalheria” e conclui: “Ûia! Essa dona tá podendo!”

E então, um belo dia, chega na sua casa uma caixa preta, de veludo, do tamanho de uma caixa de colar, entregue por courrier. Você olha aquilo sem fazer a menor idéia do que se trata e, quando abre, dá de cara com um cartão de papel dourado, delicadíssimo, perguntando: “Ei, Ana Téjo, que tal trocar seu Jaguar?” No verso, apenas um nome e um número de telefone.

Intrigada, você vira para a sua filha e pede:

_ Filha, por favor, vá até a garagem e veja se há um Jaguar estacionado na nossa vaga.

_ Um “o quê”?

_ Um Jaguar, menina. Aquele carro de bacana que tem um... Jaguar (!!!) em posição de ataque na pontinha do capô.

Ela se certifica de que você não bebeu antes de esticar o pescoço e menear a cabeça, confusa.

_ Não, mamãe. Só o seu velho e bom carro de sempre, que você vive levando no mecânico.

Você suspira.

_ Ah, tá. Obrigada.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O lado de lá do telefone


Aí, eu trabalhava nessa agência que tinha a conta de uma famosa empresa de TV a cabo. Um dia, a título de "imersão", fui convidada para fazer um tour completo pelas suntuosas instalações do cliente, em Alphaville. Respirei fundo, liberei a guia do programa de índio na FUNAI e fui. Depois de uma reunião de quase três horas que poderia ter durado quarenta minutos, fui conduzida para o tour, propriamente dito.

_ Escritórios.
_ Ok!
_ Auditório.
_ Ok!
_ Antenas, retransmissoras, salas de controle, telemarketing, refeitó...
_ Ok, ok, ok, peraí! Telemarketing?
_ É. Aqui é o nosso SAC, o departamento de atendimento ao cliente e de telemarketing ativo, para captação de novos assinantes.
(É hoje!)
_ Ahnnn, sei... será que a gente podia fazer uma paradinha? Eu tenho muita curiosidade sobre esse departamento.
_ Claro. O que você gostaria de saber?
_ Posso, primeiro, só dar uma passeadinha pelas baias?
_ Pode, claro!

Comecei a andar. A primeira coisa que me impressionou foi o barulho ensurdecedor de cerca de cinqüenta pessoas falando ao telefone, todas ao mesmo tempo. Depois, reparei no espaço. As baias deviam ter não mais que 1 x 1 metro. Ou seja, a criatura não pode nem se espreguiçar. Em seguida, examinei as baias. Totalmente assépticas.

_ Escuta... nas outras empresas que eu visito, reparo que as pessoas sempre trazem objetos pessoais... Sempre tem porta-retratos, bichinhos, vasinhos nas mesas... por que aqui não tem nada?
_Ah, porque esse departamento funciona 24 horas, em quatro turnos de seis horas. Assim, quatro pessoas diferentes sentam em cada uma dessas mesas. E elas sentam sempre no mesmo setor (repare que são quatro setores), mas não necessariamente na mesma mesa. Por isso, não dá pra trazer objetos pessoais.
_ Ahnnn, entendi.
_ Mas a gente até prefere assim, sabe? Porque essas coisas distraem.
_ Ah, é?
_ Éééé. Há estudo comprovando que uma pessoa passa cerca de 10 minutos por dia olhando fotos em porta-retratos no ambiente de trabalho e nós queremos que os nossos profissionais estejam inteiramente focados nos telefonemas, sabe?
_ Puxa! Às vezes eu tenho a impressão contrária...
_ Por quê?
_ Porque quando falo com esses serviços, não importa o que diga, o quanto xingue, esbraveje, tenha convulsões, que a resposta é sempre algo como: “perfeitamente, senhora. Há mais alguma coisa em que eu possa ajudar?”


_ Tem, sim. Vai à merda, tá?
_ Perfeitamente, senhora. Há mais alguma coisa em que eu possa ajudar?
_ Ah, tem. E quando voltar de lá, vai pra puta que o pariu!
_ Perfeitamente, senhora. Há mais alguma coisa em que eu possa ajudar?

_ Isso é porque eles são treinados, Ana. Olha só. Cada operador tem um monitor com o roteiro de todas as ligações.
_ Roteiro?
_ É. Eles têm um programa com todos os diálogos, todas as dúvidas e todas as respostas para cada caso.
_ E quando alguém diz algo como o que eu disse?
_ Aí, eles respondem “perfeitamente, senhora. Há mais alguma coisa em que eu possa ajudar?”
_ E quando alguém pergunta alguma coisa que não está no roteiro?
_ Eles são orientados a encaminhar a ligação para o setor competente, para transferir para o supervisor ou para responder, “perfeitamente, senhora. Há mais alguma coisa em que eu possa ajudar?” Entendeu?
_ Perfeitamente.

Fui olhar os monitores. Assim que a criatura atende ao telefone e cadastra o interlocutor, já cai em um menu, uma espécie de fluxograma, por onde vai navegando enquanto fala.

_ E o que é essa bolinha vermelha aqui?
_ Ah, é o status do cliente.
_ Como assim?
_ Os clientes são identificados por um código de cor que indica o nível de satisfação (ou insatisfação) de cada um. Se é uma pessoa que não liga nunca ou que ligou há mais de um mês, a bolinha é verde. A cor vai mudando dependendo da quantidade de ligações e da gravidade do problema.
_ E qual é a pior?
_ A preta. Bola preta são os clientes mais problemáticos (eu devo ser bola preta!).
_ É mesmo? Os mais pentelhos?
_ Sim e não. Podem ser os mais problemáticos, ou mais estressados ou os que ligam mais vezes.
_ Como assim?
_ Porque se o cliente ligar até três vezes por causa de um mesmo problema, está dentro da normalidade. Se passar de três, é encrenca.
_ Sei...
_ E tem gente que liga todo dia.
_ Comassim???
_ Ah, temos vários casos. Pessoas carentes, ou estressadas, acho eu, que inventam problemas imaginários só para conversar ou brigar. Aí, a gente agenda a visita técnica e nunca há problema algum. A pessoa só quer atenção.
_ Eu, hein... e que cor de bola têm essas pessoas?
_ Preta!
(Ops! Não sou bola-preta. Definitivamente.)
_ Escuta... e nunca aconteceu de um operador surtar, ter um chilique, começar a berrar com o cliente?
_ Felizmente, não, porque eles são muito bem treinados. Mas não é raro sair gente chorando da mesa.
_ Ah, é?
_ É por isso que eles têm uma pausa de dez minutos a cada cinqüenta minutos trabalhados, que devem, preferencialmente, ser passados na Sala de Descompressão.
_ Sala de Descompressão?
_ É. Vamos lá?
_ Ôôôôôô!

A Sala de Descompressão é um pequeno paraíso. Tem uma copa com geladeira e microondas (apesar do refeitório "oficial" funcionar direto, com sanduíches, sucos e frutas e comida “séria” na hora das refeições principais), um televisor de plasma gigante exibindo a programação da TV a cabo, sofás, pufes, telefones (telefones? Duvido que alguém use!), uma psicóloga, uma terapeuta de shiatsu de plantão (a minha opinião, empresa devia ser obrigada pela CLT a ter uma terapeuta de shiatsu, full time) e o mais divertido, um boneco daqueles de treinar boxe, para socar. Fui me aproximando do boneco.
_ E isso aqui?
_ Ah, esse é o Bob.
_ Bob?
_ É. Às vezes, os operadores precisam extravasar, sabe?
_ Ô, se sei. (Principalmente depois que alguém como eu fala com um deles). Ûia! Ele está até mordido!
_ Pois é. É um trabalho muito estressante, sabe, Ana?
_ Seeeei. Do lado de cá do telefone também é estressante, pode ter certeza.

Saí de lá respeitando um pouco mais os operadores de telemarketing. Só um pouco. Não muito. Ainda fico doida quando eles não reagem.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O diabo veste Zara

Eu não sei vocês, mas estou começando a ficar irritada com a má qualidade dos produtos da Zara.

Adooooro ou trapinhos que compro lá. Mas se desfazem no primeiro dia de uso.

Botões caem, costuras abrem e hoje as tiras da minha sandália (que uso pela primeira vez) estão descolando.

Acho que é hora de entrar com os dois pés no SAC. :-(


DICA DE LEITURA:

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A Droga Raia é legal.

Gostaria de deixar bem claro aqui que nem só de reclamações vive o "Pé no SAC". Acho que quando uma empresa te atende prontamente e te trata bem ela merece um post simpático, cheio de elogios.

Ontem fiz compras na DrogaRaia.com através do site DOTZ para pontuar e trocar por presentinhos posteriormente. Foi uma compra acima de R$100,00 por isso ganhei bônus, além de, por ser a primeira compra,  mais bônus. Além disso, essa semana está rolando uma promoção de DOTZ em dobro. Resultado: mais pontos ainda. Fantástico, fiquei feliz a beça. Maaaaaaas, na hora de finalizar a compra e da confirmação dos meus dados para o crédito da pontuação DOTZ, os pontos não foram creditados - tudo isso porque não há um padrão para essa confirmação de site parceiro para site pareciro. Hora é pop, hora é header na página. 

Fiquei arrasada.

Como não deixo nada quieto, falei com um atendente pelo chat do DOTZ e ele disse que só poderia resolver meu problema daqui a uns 30 dias (período para crédito da pontuação). Mandei também um e-mail para Droga Raia contando a minha tristeza.

Hoje de manhã uma mocinha muito simpática da Droga Raia ligou dizendo que tinha ficado muito comovida com a minha história e que, por isso creditaram minha MEGA pontuação de DOTZ. YEEES!!!! Obrigada.

Só fiz isso porque achei sacanagem o padrão de confirmação de dados ser diferente de um site pra outro. Tipo, me enganaram! Pegadinha do Gugu!

Fica a dica: Dealers do DOTZ: padronizem a confirmação dos dados para pontuar.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Nota Fical Paulista????

Eu não sei quanto a vocês, mas eu realmente não agüento mais responder a essa pergunta.

Até pensei em fazer uma camiseta com os dizeres: “Eu não quero CPF na nota”.

Essa pergunta conquistou o ódio de milhares de consumidores.

A única coisa parecida com isso é a pergunta do Pão de Açúcar sobre o cartão Mais: “A senhora possui cartão Mais?”.

A grande vantagem que o Pão de Açúcar leva é que você vai ao supermercado algumas vezes ao mês. Isso quando vai ao Pão de Açúcar e não a qualquer outro. A desvantagem é que os brindes do cartão Mais não são nada “de MAIS”.

A causa da nota paulista é boa, visto que o benefício é diretamente revertido em desconto no IPVA sem nenhuma burocracia, a não ser um cadastro prévio.

Porém, quem quer esse benefício, FEZ o seu cadastro e está interessado na pergunta.

Ora, se a pessoa está interessada, por que não deixam para que a mesma PEÇA a tal nota paulista???

O problema da pergunta da nota é que 100% dos estabelecimentos que você freqüenta, fazem essa pergunta.

Imagine que nós passamos por 3 ou 4 estabelecimentos por dia. Concordo que você só ouve a tal pergunta quando compra algo. Mas enche o “sac” assim mesmo.

Imagine agora quantas vezes o caixa de um restaurante ou padaria faz essa pergunta. Isso, sim, é a morte. Eles já devem ter feito essa pergunta mais do que respondido o próprio nome.

Talvez seja o mesmo caso do motoboy: que ouve mais a própria buzina do que nós ouvimos a buzina de vários motoboys. A diferença é que eu NÃO sou solidária a eles.


Ah! Não quero CPF na nota.


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Desabafo de Ana Maria Bargieri



The Platinum Queen

Eu trabalho com propaganda há vinte anos, de forma que conheço bastante bem todos os truques e artimanhas – os sórdidos, inclusive – de persuasão de pobres consumidores vulneráveis. Por conhecê-los, sou o que se pode chamar de “consumidor de difícil convencimento”, ou seja, é muito raro cair em conversas de telemarketing, malas diretas, cartas de todos os tipos e até em abordagens pessoais.

Mas de vez em quando acontece. Ontem mesmo, talvez por uma estranha conjunção de fatores cósmicos e energéticos, fiquei especialmente sensibilizada ao ler um convite que chegou pelo correio.

Papel branco como a neve de excelente qualidade, letras prateadas; foscas, para não ficar over. Na capa, “Um convite à evolução”. Deve ser coisa de carro, pensei. Por algum erro obscuro de cruzamento de dados, algum maluco deve achar que eu tenho grana para comprar o novo Volvo XPTO 7.2, 76 válvulas, por 36 suaves prestações de US$ 8.000,00, sem juros. Mas não era de carro.

No miolo, um texto de seis parágrafos muito bem escritos, dizendo coisas como nós sabemos que você é uma mulher sofisticada e de bom gosto, que sabe apreciar os prazeres da vida. Do lado de cá do papel, estufei o peito. A carta seguia: ... e por ser tão especial e exigente, você merece ser tratada de forma altamente personalizada, com o que há de mais completo e exclusivo, acessível apenas a um seletíssimo grupo de associados. “Ohmigod”, pensei. Finalmente, alguém que reconhece minha beleza interior.

... é por isso que, dentre outros privilégios, você passará a contar com uma agência de viagens exclusiva, que cuidará de todos os detalhes da sua próxima viagem e ainda reservará agradáveis surpresas e promoções especiais no decorrer do seu roteiro. Oba, mimos! Eu adoro ser mimada!

E você ainda contará com todo o conforto de freqüentar salas VIP nos principais aeroportos do mundo, com acesso à internet, conexão para laptop, telefone, nativos exóticos fazendo massagem relaxante, jornais e revistas do mundo todo, champanhe Cristal e coffee break. Lá, você, Deusa loira, alta, magra e peituda, terá a companhia de outros associados, igualmente lindos, cheirosos, poderosos e purpurinados, para desfrutar com o máximo conforto do que a vida tem de melhor... Tá bom, essa última parte, eu inventei. Mas o tom era muito próximo disso.

O fato é que lá estava eu, me sentindo a Rainha da Cocada Super Hiper Mega Master Blaster Ultra Power Platinum Lantejoulator Plus dos cartões de crédito. A mais exclusiva das exclusivas. A mais poderosa das poderosas.

... para transformar seu dia-a-dia com esses inigualáveis benefícios, basta solicitar The Super Hiper Mega Master Blaster Ultra Power Platinum Lantejoulator Plus Card, por três parcelas de R$ 290,00. E você ainda tem o direito a cinco cartões adicionais com anuidade gratuita...

Peraê, peraê, peraê! Comassim, “três parcelas de R$ 390,00”??? Novecentos paus por um cartão de crédito? Com direito a cinco adicionais grátis para gastar o que eu estou longe de ter, sem limites, pelo resto da vida? Com cinco neguinhos "grátis" torrando dinheiro no meu cartão??? De novecentos paus???

Ora, vão pentear macaco, sim?

Eu posso ser perdulária, posso ser vaidosa, posso ser até loira, mas burra, eu não sou. Acho...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Telefúria ativa


Sei que é redundância. Pleonasmo até. Mas eu odeio, com todas as minhas forças, telemarketing ativo.


Sei perfeitamente bem que é um dos setores que mais cresce no país e que seu índice de contratação de profissionais tem superado de maneira impressionante o de setores com metalurgia e siderurgia, por exemplo.

O problema é o treinamento pífio e a total "falta de senso de noção" da coisa, como um todo. Eu explico:

Digamos que você, legítimo representante da classe média na dura luta pela sobrevivência, tenha um ou dois cartões de crédito (porque essa crença de que cartão de crédito é símbolo de status, é coisa de pobre! Rico que é rico, não usa cartão. Usa dinheiro. Em espécie e na cueca, para não pagar imposto). Pois bem. Quem já teve cartão na vida, sabe que para obter um é preciso informar detalhes que vão desde o signo ascendente à data da última menstruação, passando por dados bancários, endereços, telefones, CPF... O que a gente não sabe (ou não se dá conta), é que os cartões (e as editoras e as companhias de telefonia celular) vendem o cadastro dos clientes para outras instituições, separando-os por perfil ultrassegmentado: só mulheres, classe A/B, 25 a 35 anos, sem filhos, atuando na área de saúde e por aí vai.

Aí, lá está você, tranqüilo e poderoso, guiando seu carro (ou tomando banho, ou dormindo, ou almoçando, ou o que for) e toca o celular. Você, esperto que é, olha o número e não reconhece. Será algum conhecido ligando de um telefone não registrado na sua agenda? Vejamos...

_ Alô?
_ Dona Ana?
_ Pois não.
_ Oi, aqui é a Donatela Souza (siiiim. As atendentes de telemarketing sempre usam pseudônimos inspirados nas últimas novelas globais. Já me ligaram Jades, Marias de Fátima, Giulianas, Sóis...)
_ Quem?
_ Sou da American Express e...
_ Donatela, você vai tentar me vender alguma coisa, não é?
_ Er... bem, na verdade eu queria saber se a senhora se preocupa com a segurança da sua família.
_ Ei, Donatela, vamos economizar o seu tempo e o meu? Não há a menor possibilidade de eu comprar nada, por mais tentadora que seja a sua oferta.
_ Mas e se a senhora receber...
_ Donatela, nem de graça, tá? Tchau.

Tá bom, tá bom, sei que não soa muito educado, mas duvido que algum ser humano normal consiga ser quando recebe oito ou dez ligações dessas POR DIA!

Meu ex-marido, que tem uma paciência de monge tibetano, tinha a capacidade de passar hooooras ao telefone com um atendente de telemarketing, embora soubesse, desde o primeiro "alô" que não iria comprar o seguro, ou o plano de capitalização, ou a faca Ginzo, ou o bote inflável, ou o que quer que fosse. Só de ouvi-lo falando pacificamente, minuto após minuto, eu tinha vontade de arrancar o fone da mão dele e arremessá-lo contra a parede (o fone. Não o ex-marido. Bem, às vezes tinha vontade de arremessar o ex-marido também, mas isso é outra história.).

Outro dia, determinada a agir como o adulto racional e ponderado que às vezes eu acho que devia ser, peguei o telefone, liguei para os meus cartões e para o meu banco e pedi gentilmente que, por favor, removessem meus números dos cadastros de telemarketing ativo.

_ Mas quem cuida disso é outro departamento, senhora.
_ Então, por favor transfira minha ligação para o outro departamento, "Lívia".
_ Um momentinho que eu vou estar verificando.
_ ...
_ É que é um departamento terceirizado, senhora. Não fica no mesmo local...
_ E você não pode me transferir?
_ Infelizmente eu não vou estar podendo, não.
_ A minha ficha está em tela?
_ Sim, senhora.
_ E você não poderia, por gentileza, colocar um xis, um delete ou uma caveirinha ou um ícone de bomba ao lado do meu nome, indicando que eu NÃO DESEJO que os meus telefones sejam divulgados para ações de telemarketing?
_ Infelizmente, não, senhora.
_ Quer dizer que quando eu opto por um cartão de crédito, sou obrigada a aceitar, necessariamente, que os meus dados sejam divulgados para ações de telemarketing ativo?
_ ...
_ Lívia, esta ligação está sendo gravada?
_ Sim, senhora.
_ E não lhe parece justo que os associados do cartão tenham direito A UM MÍNIMO DE PRIVACIDADE, CARAMBA?
_ ...
_ Lívia, você ainda está aí?
_ Sim, senhora. Há mais alguma coisa em que eu possa estar ajudando, senhora?
_ Não. Muito obrigada. Você já ajudou pra burro!
(Quase escuto a criatura suspirando de alívio do outro lado da linha).
_ A Operadora de Cartão agradece a sua chamada. Esteja tendo uma boa tarde.

Desligo o telefone com ódio. Ele toca quase imediatamente.
_ Alô?
_ Por favor, eu queria falar com a Dona Ana...
(Calafrio.)
_ É ela.
_ Dona Ana. Aqui é "Heitor" Pacheco, da Editora Abril e eu tenho...
_ Heitor, você não se enxerga?! Me deixa em paz, meleca!
E bato o telefone, espumando de fúria, pela quinta vez naquele dia. Do outro lado da linha, o Heitor possivelmente meneia a cabeça, consternado.
_ Mulher louca... estressada. Eu, hein?

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

CLARO que não.

Uns 3 anos atrás, a CLARO (telefonia celular) teve um problema no seu sistema e passou o primeiro semestre inteiro sem mandar conta para alguns dos seus clientes. Quando chegou o segundo semestre, passei a receber duas contas de celular por mês. Tentei me organizar da melhor maneira possível para não deixar passar nenhuma conta.

Até aí, tudo bem, ninguém me perguntou se eu concordava com essa situação, mas fazer o quê? Só que no mês de novembro, minha linha foi cortada. Sem aviso, sem cerimônia. Simplesmente desativada. Não recebia e nem fazia ligações do meu celular. Liguei para a Claro para saber o que tinha acontecido e a atendente me informou que eu não havia pago uma conta no valor de R$ 100,00 e por isso tinham cortado a minha linha. Pelo que eu me lembre, organizada e virginiana que sou, não deixei de pagar nenhuma conta, mas era eu contra o SISTEMA da Claro que acusava a minha falta. Sim, aquele mesmo sistema que ficou seis meses sem me enviar as cobranças. Assim, se eu não quitasse minha dívida, a linha continuaria cortada. Se quitasse, reativariam meu celular em cerca de 48 horas.

Lembro-me que meu celular não voltou a funcionar no tempo estimado pela atendente e que, depois que foi ativado, foi cortado novamente. Fiquei tão nervosa que decidi que iria até o inferno se fosse preciso para descobrir o e-mail da diretoria e da presidência da CLARO. Busquei e achei.

Segue abaixo o e-mail que mandei para 17 pessoas da CLARO, das hierarquias descritas acima:

Amigo presidente,

Acho que seus funcionários estão brincando com suas ordens. Ou simplesmente não o respeitam mesmo.

Semana passada mandei um e-mail com todo o histórico de meus problemas com a Claro, levantando a hipótese de uma barreira de incompetência estar cercando o senhor.

Hoje, comprovada a minha teoria, venho novamente alertar o senhor sobre as dificuldades que seus clientes têm em lidar com a Claro, e a maneira relapsa como somos tratados.

Depois do primeiro e-mail, fui procurado por funcionários aparentemente interessados em resolver a minha situação, que se arrasta por meses.

Nessas ligações, algo incrível aconteceu: eles tinham juntado o meu histórico de reclamações (coisa que em nenhum momento nesse tempo todo foi possível), e solucionado a questão. Pareciam até saber do que estavam falando. Assim, meu celular foi religado, como deveria estar já há muito tempo.

Para minha surpresa, um dia depois, ele foi desligado novamente.

Liguei para a Claro e, claro, não sabiam o motivo disso ter acontecido. Tive que voltar à velha rotina de horas no telefone, de pessoa em pessoa, repetindo cadastros e as mesmas
informações (o senhor sabia que seu call center não se comunica?).

O que aconteceu? A promessa de mais dois dias para ligar a linha.

O que o senhor faria? Por favor, me responda.

Obrigada.

B.P.

FINAL DA HISTÓRIA

Depois de 3 horas do envio do e-mail, uma moça do Marketing da CLARO entrou em contato comigo, dizendo que meu e-mail caiu nas mãos certas e que pedia desculpas. Além disso, me ofereceu uma porção de brindes.

Não aceitei. Nem os brindes e nem as desculpas.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Limite de espera em call center será de 1 minuto

O ministro da Justiça, Tarso Genro assinou, no dia 14 de outubro, portaria regulamentando pontos do decreto presidencial que estabelece regras para funcionamento das empresas de serviço de atendimento ao consumidor (SAC), também conhecidos como call centers. A portaria fixa 60 segundos como o tempo máximo para que a ligação de um consumidor seja direcionada para um atendente, quando essa opção for selecionada pelo usuário.


O ministro afirmou que essa medida é um "grande avanço na busca de respeito pelos consumidores". Genro afirmou que os órgãos de defesa do consumidor estão preparados para fiscalizar e punir, quando necessário, as empresas que desrespeitarem as novas regras de funcionamento dos call centers que entram em vigor a partir de 1º de dezembro. "As punições são duras e serão rápidas, respeitando todos os prazos para defesas. Os Procons e o próprio Ministério da Justiça poderão receber as denúncias dos consumidores", disse o ministro.


De acordo com a secretária de Direito Econômico (SDE), Mariana Tavares de Araújo, a portaria fixa o teto de 60 segundos como prazo máximo geral para os setores regulados que são afetados pelo decreto (como telefonia, aviação civil, transportes terrestres e energia elétrica). A única exceção são os serviços financeiros que incluem serviços bancários em geral e cartões de crédito. Nessa área, o limite de tempo para espera do consumidor ao telefone é 45 segundos, mas nas segundas-feiras, dias que antecedem e sucedem feriados e no quinto dia útil de cada mês, o prazo máximo pode chegar a 90 segundos. Nesses dias, tradicionalmente, há um grande número de acesso dos clientes bancários.


Mariana Tavares esclareceu ainda que, em momentos de "problemas sistêmicos", como a queda de energia elétrica em uma cidade ou bairro, o limite de espera do consumidor num call center do serviço de energia não existirá.


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Fonte:
Estadao.com.br

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Gênio!!! Quem não for atendido em 1 minuto escreve aqui para o "Pé no SAC".

Obrigada por aguardar. Desculpe a demora.

Depois de bons 20 dias aguardando uma tal visita técnica para averiguar a repentina perda de sinal, eu perdi foi a paciência. Liguei e cancelei a TVA. Na mesma ligação e tomada pela mesma raiva figadal, cancelei o AJATO. Claro que nada disso foi simples assim.


Fiquei aproximadamente 50 minutos ao telefone, sob os olhares, ora de validação, ora de reprovação, dos meus coleguinhas de trabalho. Alguém cancelando um serviço sempre chama atenção de curiosos. A atendente informou que eu deveria pagar um valor devido, o qual nem questionei muito, visto que esse prejuízo valeria a minha liberdade. Digo liberdade sem nenhum exagero, porque me sinto refém dessas prestadoras. O DOC foi feito imediatamente.


Depois de reforçar que estava cancelando o serviço, fiz questão de garantir que eu não teria mais nenhum débito com a empresa. A atendente me deu a PALAVRA dela, como ela mesma disse.


Quando desliguei a ligação, estava realmente feliz!!! Como os valores estão distorcidos. Geralmente, as pessoas ficam felizes quando adquirem algo. E eu estava feliz por cancelar. De qualquer forma, era um sentimento genuíno.

No dia seguinte, um atendente do AJATO entra em contato comigo perguntando se eu não queria permanecer com a internet e cancelar apenas a TV por assinatura. Respondi que ele pouparia o meu tempo se aceitasse que eu não queria mais vínculo algum com a TVA. Ele prontamente entendeu o recado e desistiu. Apenas agendou a retirada do modem para 31/10 e eu novamente reforcei que não aceitaria cobrança até essa data.


Hoje, dia 22/10, recebi pela porta do meu apartamento, uma carta da TVA. Tomei coragem e abri. Estava lá o que eu não queria ver. Uma cobrança.


Cheguei nao trabalho e liguei para a TVA, que após 16 tentativas, me atendeu. Janete estava na linha. Segundo a própria, para me ajudar. Só que todo mundo sabe que texto decorado de atendente de telemarketing não tem “intenção ativa nenhuma – a não ser quando é pra vender.

É exatamente como o uso deliberado do “Eu te amo”.


Neste exato momento, estou na linha com a TVA tentando entender o motivo pelo qual eles me enviaram uma cobrança sendo que eu CAN-CE-LEI a conta no dia 30/09. Claro que a Janete não conseguiu me fazer acreditar que essa cobrança era indevida e que o TÉCNICO que retirasse o meu modem da TVA faria o cancelamento.


Como eu iria acreditar numa coisa dessas? Novamente, a Janete meu deu a PA-LA-VRA dela. Será que as pessoas sabem o que isso significa para o povo árabe, do qual eu faço parte???


Pedi para falar com o supervisor e depois de 20 minutos, durante os quais ela tentava me convencer de que o supervisor não estava, ele veio. “Supervisor Carlos?????”. Eles atendem assim mesmo. Carlos falou comigo e me deu sua PALAVRA – de novo – de que a situação da cobrança indevida seria resolvida ainda hoje, até as 15h.


Eu, que já tinha perdido a paciência nos primeiros 3 minutos de conversa com a Janete, falei que não acreditava na palavra dele. Acreditem: ele ficou ofendido. Eu disse que acreditava na palavra dele como pessoa física, mas enquanto representante da TVA naquele momento, eu não acreditava.


Então, exigi que ele me copiasse no e-mail em que solicitaria o estorno da cobrança.


Por fim, dei a minha PALAVRA que aguardaria até às 15h. Senão, PROCON na veia.


Obrigada por aguardar. Desculpe a demora.

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SAC da TVA: 3038-5500


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Enviado por Ana Maria Bargieri.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008