terça-feira, 25 de novembro de 2008

I hate my Curves

Aiiiiii a Curves...


o paraíso das mulheres. Uma academia onde você malha apenas 30 minutos por dia com a promessa de obter resultados excelentes em poucos meses. Além disso, você não precisa se misturar com aquele bando de trogloditas suados, cheios de músculos expostos, como nas academias tradicionais. E, também, pode usar aquela camiseta furada de vereador que você ganhou nas eleições de 1900 e bolinha, junto com aquela calça de moletom que você trouxe da Disney quando tinha 15 anos. Prazer e liberdade total!!!!


NÃAAAO.


Se não fosse o fato de que quando me matriculei me convenceram a fazer o plano ANUAL, onde as mensalidades sairiam mais baratas, e a deixar 12 cheques pré-datados, até fevereiro de 2009. Cancelei minha matrícula há uns 3 meses e adivinha se me devolveram os cheques que ainda não caíram???? Não.


Todo santo mês eu tenho que ligar na Curves para avisar que meu cheque caiu e que eles têm que me reembolsar. Mas o pior não é ter o trabalho de ligar, e sim ter que escutar toda vez a atendente feliz dizer:


É muito bom estar na Curves, em que posso ajudá-la”.


Isso me dá vontade de passar pelo fio do telefone e dar uma voadora na nuca do Ser Humano alegre. Eu não acho nada bom meus cheques estarem na Curves.


Obs: eles dizem que é culpa do banco. Vai saber!


quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Você sabe com quem está falando?

Aí, um dia você compra MEIA caixa de espumante argentino em promoção para o Natal e, pronto: seu nome entra no cadastro da importadora de vinhos.

Aí, outro dia você vai a uma loja chique para TROCAR uma peça de roupa infantil que um parente excêntrico deu de presente para a sua filha e, pronto: seu nome entra no cadastro da loja chique.

Aí, você pega seu décimo terceiro salário, paga uma fração das dívidas, junta a grana de um freelance que finalmente foi pago e compra, EM QUATRO VEZES, um anelzinho simples, fino, sem brilhantes, com o qual você sonha há meses. Pronto: seu nome vai parar no cadastro da joalheria.

Aí, você não só passa a receber malas diretas da importadora, oferecendo vinhos que custam milhares de reais a garrafa, como é informada, em primeira mão, da oportunidade única de adquirir relógios Cartier de edição limitada e de comprar na promoção da loja chique, parcelando seus mimos em até quatro vezes, para compras acima de seis mil reais, é bom que se entenda.

Você olha para aquilo tudo e ri. Quem eles pensam que você é?

Como se tudo isso não bastasse, aí o japinha maluco do departamento de análise de perfil de consumo do seu cartão de crédito cruza o trinômio mágico “importadora de vinhos”, “loja chique” e “joalheria” e conclui: “Ûia! Essa dona tá podendo!”

E então, um belo dia, chega na sua casa uma caixa preta, de veludo, do tamanho de uma caixa de colar, entregue por courrier. Você olha aquilo sem fazer a menor idéia do que se trata e, quando abre, dá de cara com um cartão de papel dourado, delicadíssimo, perguntando: “Ei, Ana Téjo, que tal trocar seu Jaguar?” No verso, apenas um nome e um número de telefone.

Intrigada, você vira para a sua filha e pede:

_ Filha, por favor, vá até a garagem e veja se há um Jaguar estacionado na nossa vaga.

_ Um “o quê”?

_ Um Jaguar, menina. Aquele carro de bacana que tem um... Jaguar (!!!) em posição de ataque na pontinha do capô.

Ela se certifica de que você não bebeu antes de esticar o pescoço e menear a cabeça, confusa.

_ Não, mamãe. Só o seu velho e bom carro de sempre, que você vive levando no mecânico.

Você suspira.

_ Ah, tá. Obrigada.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O lado de lá do telefone


Aí, eu trabalhava nessa agência que tinha a conta de uma famosa empresa de TV a cabo. Um dia, a título de "imersão", fui convidada para fazer um tour completo pelas suntuosas instalações do cliente, em Alphaville. Respirei fundo, liberei a guia do programa de índio na FUNAI e fui. Depois de uma reunião de quase três horas que poderia ter durado quarenta minutos, fui conduzida para o tour, propriamente dito.

_ Escritórios.
_ Ok!
_ Auditório.
_ Ok!
_ Antenas, retransmissoras, salas de controle, telemarketing, refeitó...
_ Ok, ok, ok, peraí! Telemarketing?
_ É. Aqui é o nosso SAC, o departamento de atendimento ao cliente e de telemarketing ativo, para captação de novos assinantes.
(É hoje!)
_ Ahnnn, sei... será que a gente podia fazer uma paradinha? Eu tenho muita curiosidade sobre esse departamento.
_ Claro. O que você gostaria de saber?
_ Posso, primeiro, só dar uma passeadinha pelas baias?
_ Pode, claro!

Comecei a andar. A primeira coisa que me impressionou foi o barulho ensurdecedor de cerca de cinqüenta pessoas falando ao telefone, todas ao mesmo tempo. Depois, reparei no espaço. As baias deviam ter não mais que 1 x 1 metro. Ou seja, a criatura não pode nem se espreguiçar. Em seguida, examinei as baias. Totalmente assépticas.

_ Escuta... nas outras empresas que eu visito, reparo que as pessoas sempre trazem objetos pessoais... Sempre tem porta-retratos, bichinhos, vasinhos nas mesas... por que aqui não tem nada?
_Ah, porque esse departamento funciona 24 horas, em quatro turnos de seis horas. Assim, quatro pessoas diferentes sentam em cada uma dessas mesas. E elas sentam sempre no mesmo setor (repare que são quatro setores), mas não necessariamente na mesma mesa. Por isso, não dá pra trazer objetos pessoais.
_ Ahnnn, entendi.
_ Mas a gente até prefere assim, sabe? Porque essas coisas distraem.
_ Ah, é?
_ Éééé. Há estudo comprovando que uma pessoa passa cerca de 10 minutos por dia olhando fotos em porta-retratos no ambiente de trabalho e nós queremos que os nossos profissionais estejam inteiramente focados nos telefonemas, sabe?
_ Puxa! Às vezes eu tenho a impressão contrária...
_ Por quê?
_ Porque quando falo com esses serviços, não importa o que diga, o quanto xingue, esbraveje, tenha convulsões, que a resposta é sempre algo como: “perfeitamente, senhora. Há mais alguma coisa em que eu possa ajudar?”


_ Tem, sim. Vai à merda, tá?
_ Perfeitamente, senhora. Há mais alguma coisa em que eu possa ajudar?
_ Ah, tem. E quando voltar de lá, vai pra puta que o pariu!
_ Perfeitamente, senhora. Há mais alguma coisa em que eu possa ajudar?

_ Isso é porque eles são treinados, Ana. Olha só. Cada operador tem um monitor com o roteiro de todas as ligações.
_ Roteiro?
_ É. Eles têm um programa com todos os diálogos, todas as dúvidas e todas as respostas para cada caso.
_ E quando alguém diz algo como o que eu disse?
_ Aí, eles respondem “perfeitamente, senhora. Há mais alguma coisa em que eu possa ajudar?”
_ E quando alguém pergunta alguma coisa que não está no roteiro?
_ Eles são orientados a encaminhar a ligação para o setor competente, para transferir para o supervisor ou para responder, “perfeitamente, senhora. Há mais alguma coisa em que eu possa ajudar?” Entendeu?
_ Perfeitamente.

Fui olhar os monitores. Assim que a criatura atende ao telefone e cadastra o interlocutor, já cai em um menu, uma espécie de fluxograma, por onde vai navegando enquanto fala.

_ E o que é essa bolinha vermelha aqui?
_ Ah, é o status do cliente.
_ Como assim?
_ Os clientes são identificados por um código de cor que indica o nível de satisfação (ou insatisfação) de cada um. Se é uma pessoa que não liga nunca ou que ligou há mais de um mês, a bolinha é verde. A cor vai mudando dependendo da quantidade de ligações e da gravidade do problema.
_ E qual é a pior?
_ A preta. Bola preta são os clientes mais problemáticos (eu devo ser bola preta!).
_ É mesmo? Os mais pentelhos?
_ Sim e não. Podem ser os mais problemáticos, ou mais estressados ou os que ligam mais vezes.
_ Como assim?
_ Porque se o cliente ligar até três vezes por causa de um mesmo problema, está dentro da normalidade. Se passar de três, é encrenca.
_ Sei...
_ E tem gente que liga todo dia.
_ Comassim???
_ Ah, temos vários casos. Pessoas carentes, ou estressadas, acho eu, que inventam problemas imaginários só para conversar ou brigar. Aí, a gente agenda a visita técnica e nunca há problema algum. A pessoa só quer atenção.
_ Eu, hein... e que cor de bola têm essas pessoas?
_ Preta!
(Ops! Não sou bola-preta. Definitivamente.)
_ Escuta... e nunca aconteceu de um operador surtar, ter um chilique, começar a berrar com o cliente?
_ Felizmente, não, porque eles são muito bem treinados. Mas não é raro sair gente chorando da mesa.
_ Ah, é?
_ É por isso que eles têm uma pausa de dez minutos a cada cinqüenta minutos trabalhados, que devem, preferencialmente, ser passados na Sala de Descompressão.
_ Sala de Descompressão?
_ É. Vamos lá?
_ Ôôôôôô!

A Sala de Descompressão é um pequeno paraíso. Tem uma copa com geladeira e microondas (apesar do refeitório "oficial" funcionar direto, com sanduíches, sucos e frutas e comida “séria” na hora das refeições principais), um televisor de plasma gigante exibindo a programação da TV a cabo, sofás, pufes, telefones (telefones? Duvido que alguém use!), uma psicóloga, uma terapeuta de shiatsu de plantão (a minha opinião, empresa devia ser obrigada pela CLT a ter uma terapeuta de shiatsu, full time) e o mais divertido, um boneco daqueles de treinar boxe, para socar. Fui me aproximando do boneco.
_ E isso aqui?
_ Ah, esse é o Bob.
_ Bob?
_ É. Às vezes, os operadores precisam extravasar, sabe?
_ Ô, se sei. (Principalmente depois que alguém como eu fala com um deles). Ûia! Ele está até mordido!
_ Pois é. É um trabalho muito estressante, sabe, Ana?
_ Seeeei. Do lado de cá do telefone também é estressante, pode ter certeza.

Saí de lá respeitando um pouco mais os operadores de telemarketing. Só um pouco. Não muito. Ainda fico doida quando eles não reagem.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O diabo veste Zara

Eu não sei vocês, mas estou começando a ficar irritada com a má qualidade dos produtos da Zara.

Adooooro ou trapinhos que compro lá. Mas se desfazem no primeiro dia de uso.

Botões caem, costuras abrem e hoje as tiras da minha sandália (que uso pela primeira vez) estão descolando.

Acho que é hora de entrar com os dois pés no SAC. :-(


DICA DE LEITURA: